sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Juiz ordena exame psiquiátrico a Marine Le Pen


A líder da extrema-direita francesa insurgiu-se contra a decisão de um juiz de lhe impor um exame psiquiátrico por ter divulgado, em 2015, no Twitter fotografias de execuções do Estado Islâmico.
“É verdadeiramente alucinante. Este regime começa a ser assustador”, escreveu a líder da União Nacional (ex-Frente Nacional), Marine Le Pen, no Twitter, ao publicar o documento judicial.
A ordem data de 11 de setembro e foi emitida pelo juiz instrutor do processo em que a líder da extrema-direita é acusada de “difusão de imagens violentas” e nela é ordenada a realização de um exame psiquiátrico “no mais breve prazo”.
“Eu achava que era legítimo, mas não! Por denunciar os horrores do Daesh em tweets, a ‘justiça’ submete-me a perícia psiquiátrica! Até onde é que eles irão?“, reagiu a política.
O exame, lê-se na ordem judicial, visa determinar “se está condições de compreender o discurso e de responder às questões” e se “a infração apontada tem relação com elementos factuais ou biográficos da interessada”.
A 16 de dezembro de 2015, Le Pen divulgou na rede social fotografias de execuções do Estado Islâmico, em resposta ao jornalista Jean-Jacques Bourin, da BFMTV-RMC, que esta acusava de ter “feito um paralelo” entre o grupo jihadista e a Frente Nacional.
Le Pen criticou o jornalista pelo que considerou uma “derrapagem inaceitável” e “declarações imundas” e, identificando-o na publicação, divulgou três fotografias com a frase: “O Daesh é isto!”.
As imagens mostravam um soldado sírio, vivo, esmagado pelas lagartas de um tanque; um piloto jordano queimado vivo numa jaula e o corpo decapitado do jornalista norte-americano James Foley que foi assassinado, em 2012, após ter sido sequestrado na Síria.
Publicadas um mês depois dos atentados de Paris, que fizeram 130 mortos e outras centenas de feridos, as fotografias suscitaram forte polémica em França.
// Lusa

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