...passeava-me por esta Lisboa que eu amo ( e neste momento ouve-se: “Nesta Lisboa que eu amo”... http://www.youtube.com/watch?v=YBviV8F4OeI ), aproveitando as tréguas que a chuva ia fazendo, quando em pleno Chiado fui apanhado momentaneamente por um raio de Sol que espreitava por detrás das nuvens...sim, um pouco timido mas, Sol é Sol e há que aproveitá-lo.
Pois...
...não me fiz rogado e procurei de imediato um lugar naquela extraordinária esplanada da Brasileira do Chiado, ali onde o Fernando Pessoa, na sua versão de bronze, passa os seus dias posando para e com os turistas.
Pois...
...esses turistas que enchem as nossas esplandas aproveitando o nosso inverno como se de verão se tratasse, lá deixaram uma mesa vazia que eu me apressei a ocupar...feito turista!!!
Pois...
...óculos escuros na cara, cachecol ao pescoço, “bjeka” na mão e...gozar esta nesga de Sol. Perfeito! Afino os meus ouvidos, feito cusco, e tentando perceber aquela amálgama de idiomas à minha volta ouço falar em...Português!!! Coisa estranha!!!
Pois...
...Ali, na esplanada da Brasileira do Chiado havia quem falasse português além dos empregados, de mim e claro está, do “bronzeado” Fernando Pessoa que, por estranho que pareça, estava mudo e quedo, quiça admirado pelo aparecimento deste raio de Sol...mas dizia eu, havia mais quem falasse português.
Pois...
...na mesa mesmo atrás de mim estavam um jovem e um senhor de idade avançada. O senhor idoso, com um ar abatido mas com uma face calma de quem tem o dever cumprido, de uma vida cheia de momentos... aconselhava o jovem que falava entusiasticamente do futuro próximo, do próximo ano já a bater à porta, do que iria fazer logo ao primeiro minuto...
Pois...
...o idoso falava-lhe da experiência dos muitos dias vividos, dos maus momentos que passou mas que alguns lhe serviram de aprendizagem... outros, nem por isso de tão maus que foram mas, seguramente, os momentos bons ajudaram-no a ultrapassar as dificuldades e a estar ali sentado, de consciência tranquila e pronto para o descanso.
Pois...
...o jovem com o sangue a ferver nas suas veias, esbracejava e debitava as suas ideias e os seus “quereres” e dizia que os seus dias futuros iriam ser de glória, de Paz e cheio de coisas boas.
Pois...
...o idoso agarrava a energia do mais novo para ter mais uns momentos de felicidade e lembrava-se que também já foi assim. O jovem, não escondendo toda a sua rebeldia e vontade de um futuro diferente, sorvia os ensinamentos do idoso, atentamente...
Pois...
...estava ali a vê-los falar, a pensar no passado a olhar o futuro, quando deram por terminada a sua conversa pois tinham de se ir preparar para “um momento” em que se voltariam a encontrar.
Marcaram encontro para a meia-noite do dia 31 de dezembro de 2010 e despediram-se:
- Tchau Ano Velho
- Até já Ano Novo.
Pois...
...UM FABULOSO 2011 PARA TODOS!!!
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