quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pois...

...passeava-me por esta Lisboa que eu amo ( e neste momento ouve-se: “Nesta Lisboa que eu amo”... http://www.youtube.com/watch?v=YBviV8F4OeI ), aproveitando as tréguas que a chuva ia fazendo, quando em pleno Chiado fui apanhado momentaneamente por um raio de Sol que espreitava por detrás das nuvens...sim, um pouco timido mas, Sol é Sol e há que aproveitá-lo.

Pois...

...não me fiz rogado e procurei de imediato um lugar naquela extraordinária esplanada da Brasileira do Chiado, ali onde o Fernando Pessoa, na sua versão de bronze, passa os seus dias posando para e com os turistas.


Pois...


...esses turistas que enchem as nossas esplandas aproveitando o nosso inverno como se de verão se tratasse, lá deixaram uma mesa vazia que eu me apressei a ocupar...feito turista!!!


Pois...


...óculos escuros na cara, cachecol ao pescoço, “bjeka” na mão e...gozar esta nesga de Sol. Perfeito! Afino os meus ouvidos, feito cusco, e tentando perceber aquela amálgama de idiomas à minha volta ouço falar em...Português!!! Coisa estranha!!!


Pois...

...Ali, na esplanada da Brasileira do Chiado havia quem falasse português além dos empregados, de mim e claro está, do “bronzeado” Fernando Pessoa que, por estranho que pareça, estava mudo e quedo, quiça admirado pelo aparecimento deste raio de Sol...mas dizia eu, havia mais quem falasse português.

Pois...

...na mesa mesmo atrás de mim estavam um jovem e um senhor de idade avançada. O senhor idoso, com um ar abatido mas com uma face calma de quem tem o dever cumprido, de uma vida cheia de momentos... aconselhava o jovem que falava entusiasticamente do futuro próximo, do próximo ano já a bater à porta, do que iria fazer logo ao primeiro minuto...

Pois...

...o idoso falava-lhe da experiência dos muitos dias vividos, dos maus momentos que passou mas que alguns lhe serviram de aprendizagem... outros, nem por isso de tão maus que foram mas, seguramente, os momentos bons ajudaram-no a ultrapassar as dificuldades e a estar ali sentado, de consciência tranquila e pronto para o descanso.

Pois...

...o jovem com o sangue a ferver nas suas veias, esbracejava e debitava as suas ideias e os seus “quereres” e dizia que os seus dias futuros iriam ser de glória, de Paz e cheio de coisas boas.

Pois...
...o idoso agarrava a energia do mais novo para ter mais uns momentos de felicidade e lembrava-se que também já foi assim. O jovem, não escondendo toda a sua rebeldia e vontade de um futuro diferente, sorvia os ensinamentos do idoso, atentamente...

Pois...

...estava ali a vê-los falar, a pensar no passado a olhar o futuro, quando deram por terminada a sua conversa pois tinham de se ir preparar para “um momento” em que se voltariam a encontrar.
Marcaram encontro para a meia-noite do dia 31 de dezembro de 2010 e despediram-se:

- Tchau Ano Velho

- Até já Ano Novo.
Pois...
...UM FABULOSO 2011 PARA TODOS!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CARTA DO PAI NATAL

Olá José!

Espero que estejas bem e já perfeitamente enquadrado no espírito Natalício.

Este ano não tem sido fácil…foi começar o planeamento logo no dia 1 de Janeiro de 2010…nem férias gozei mas também, com a minha idade já devia era estar reformado…o problema é que vocês aí não param de mandar cartas, e-mails, sms, mms e mais não sei quantas coisas a fazer pedidos.

Ainda sugeri alguns nomes para me substituírem mas aqui o conselho das coelhinhas…uops, velhinhas queria eu dizer, não aprovou nenhum:

- O Obama porque ainda tem muito que fazer por aí...

- O Sarkozy porque, o coitado, ainda está a fazer por crescer (confidência…pediu-me uns sapatos com 15 cm de salto…sem se notar HOHOHO)...

- O Berlusconi porque ainda tem “muitas” para fazer...

- O Cristiano Ronaldo porque ainda não sabe bem com quem há-de fazer…

Em desespero de causa ainda propus o Sócrates mas esse foi vetado porque ainda não sabe o que anda a fazer por aí!!!

Assim sendo, cá continuo com esta barba e sempre vestido de pijama vermelho.

Pensei vestir umas ceroulas justas, tipo Super-Homem, mas esta minha barriga e os “tintins” descaídos davam um aspecto pouco próprio para a época.

Olha mas verdade, verdade é que não foi fácil andar nas compras para satisfazer os pedidos. Sabes que até me pediram um FMI? Como não sei o que é isso, arranjei um Passos “oposicional”, enviei em antecipação e parece que ficaram contentes…até quando!!!

Bom mas isso não interessa nada!

Arranja mas é um bom vinho, pode ser mesmo um Quinta das Bajancas ou Monte da Peceguina.

Não me ponhas à frente é o que me deste o ano passado…fez-me cá uma azia…ok sei que bebemos muito e por isso levei 15 dias a chegar à Laponia…

Ah…tenho saudade de uns torresmos, arranjas?

Este ano, quando chegar toco à campainha…é que o ano passado tinhas o exaustor todo sujo e sinceramente, quem me tira a chaminé tira-me tudo!!!

Já agora, como tens muito jeito para essas modernices, avisa aí os teus Amigos desse tal de “face” que vou passar lá por casa deles…não sei bem a que horas, se o vinho for bom!!!

Provavelmente estarão a dormir quando eu passar, por isso deseja-lhes um…

*****F E L I Z N A T A L*****

Bem, vou-me vestir e dar ração às renas para me pôr a andar que já tou atrasado.

Até!

Pai Natal

PS: A Mãe Natal este ano vai ficar em casa dos Pais dela enquanto eu distribuo as prendas…vê lá se convidas aquelas “anjinhas” que conhecemos o ano passado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

!!!

Pais...Filhos...Avós...

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida. Crescem com uma estridência alegre e,às vezes, com alardeada arrogância.Mas não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente. Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do Maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.
E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e cabelos longos,soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros.
Ali estamos, com os cabelos esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos. Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos insurdecedores. Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao Shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e  amiguinhos.
Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes". Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível. O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.
Aprendemos a ser filhos depois que somos pais.
Só aprendemos a ser pais depois que somos avós..."

Affonso Romano de Sant'Anna

Aaahhh...este Povo!

Um dia, se apanho este povo a jeito, nem sei o que lhe faço, tal é a forma como ele nos trata


Meus caros concidadãos republicanos, portuguesas e portugueses, tenho a confessar-vos que, apesar da enorme estima e mesmo carinho que individualmente sinto por cada um de vós, odeio o povo! Não posso com o povo! Quero, até, que o povo vá morrer longe! De facto, se cada um de nós perguntar a si mesmo quem tem vindo, paulatinamente, a dar cabo deste país, a única resposta que obtemos, com a segurança de um facto ou com a lógica de uma equação matemática, é esta: é o povo que nos tem vindo a fazer a vida negra e desesperada...


Hoje discutimos quem tem razão em qualquer dos assuntos que abordamos. Dos mais importantes, como o que opõe o senhor Carlos Queiroz ao senhor Laurentino Dias, como aos mais insignificantes, como o que opõe o senhor Sócrates ao senhor Passos Coelho. Cada um tem as suas preferências, como é próprio de uma república democrática; cada qual defende as suas opiniões, mas apenas uma coisa é certa: o povo tem culpa!

Vejamos: Quem elegeu Cavaco? O povo!
Quem elegeu José Sócrates? O povo!
Quem quer dar o poder a Passos Coelho? O povo!
Quem quer que Sócrates lá fique? O povo!
Quem enche os estádios de futebol a chamar nomes a uns e a outros? O povo!
Quem aceita pacificamente a taxa de desemprego, a taxa do IRS, a taxa municipal e até a taxa da RTP, sem protesto? O povo!
O povo, deixem que vos diga, é uma besta quadrada. O povo quer uma coisa e o seu contrário, nunca está de acordo com qualquer medida e é muito irritante quando faz greve ou nas alturas em que enche as praias de gente e as estradas de carros. O povo suja as ruas, trata mal os empregados de café, enche os autocarros e o metropolitano, não para nas passadeiras, cospe no chão, é malcriado.
Há quem diga que, apesar de tudo, o povo é feliz, amigo, hospitaleiro... Não sei... O povo pode ser tudo. O povo é uma linha que vai da melguice de um emplastro atrás da personalidade que está a ser entrevistada na televisão, até à melguice do senhor Duque de Bragança e putativa Alteza Real, passando por coisas tão más como os discursos do senhor Ricardo Rodrigues no Parlamento ou os juristas que fizeram o projeto de revisão do PSD.
Não fosse o povo, o país estava muito melhor. O povo não trabalha ou trabalha e ganha pouco. O povo endivida-se, o povo não quer pagar autoestradas, o povo quer entrar nas universidades sem fazer o liceu, o povo quer um orçamento, mas não quer que o orçamento seja aprovado, o povo, enfim, meus caros concidadãos, atrapalha!
É esta a verdade: O povo atrapalha!

Proponho, por isso, que a nossa República deixe de ter povo. Façamo-nos espanhóis, italianos, franceses, alemães ou dinamarqueses, de tal forma que voltemos a dar bom nome ao país. Portugal tem paisagens fantásticas, praias magníficas, monumentos interessantes, clima extraordinário, infraestruturas importantes, serviços bastante aceitáveis... Portugal é, enfim, um magnífico lugar. Quem dá cabo disto é o povo, os portugueses. Imaginem este sítio sem cada um de nós - só com tipos decentes...
Ah, que maravilhoso rincão seria! Um exemplo para o mundo, um farol da civilização. Se dizem que a República se fez em nome do povo, façam-na em nome de outra coisa qualquer. Por mim, estou disposto a ser croata...

Comendador Marques de Correia
Texto publicado na edição da Única de 2 de outubro de 2010

HOJE É DIA DE...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Amigo.

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra "amigo".


"Amigo" é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mãe!


"Amigo" (recordam-se vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
"Amigo" é o contrário de inimigo!


"Amigo" é o erro corrigido
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

"Amigo" é a solidão derrotada!


"Amigo" é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
"Amigo" vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Obesidade Mental

A Obesidade Mental - Andrew Oitke

O prof. Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.

Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.


«Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada.

Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»

Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.

As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas

Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.

Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema.Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»

O problema central está na família e na escola.

«Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate.

Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas.

Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»

Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os> > Abutres", afirma:

«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas.

A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.»

O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante.

«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»

Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.

«O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades.

Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.

Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve.

Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê.

Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».

As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.

«Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência.

A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia.

Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.

Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam.

É só uma questão de obesidade.

O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.

O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos.

Precisa sobretudo de dieta mental.»

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sempre o BENFICA

É por não gostar de futebol que sou do Benfica. Tal como compreendo como é que há portugueses que conseguem ser de outros clubes. O Sporting, o Porto podem jogar bem e o Belenenses e a Académica podem calhar bem em sociedade, mas só o Benfica, como o próprio nome indica, é o próprio Bem. Que fica.

Só o Benfica pode jogar mal sem que daí lhe advenha algum mal. Basta olhar para os jogadores para ver que sabem que são os maiores, que não precisam de esforçar-se muito, porque são intrínseca e moralmente a maior equipa do mundo inteiro.

Porquê?

Ninguém sabe. Mas sente-se. Quando perdem, não se indignam, não desesperam.

Eusébio só chorou quando jogou por Portugal. Quem joga no Benfica tem o privilégio e o condão de estar sempre a sorrir. Não conseguem resistir.

O Benfica, a bom ver, nem sequer é uma equipa de futebol. É um nome. É como dizem os brasileiros, uma "griffe". Têm uma cor. Antes de entrar em campo, já têm um mito em jogo, já estão a ganhar por 3-0, graças só à reputação.

Quando o Benfica perde, parece sempre que quis perder. Essa é a força inigualável do Sport Lisboa e Benfica - faz sempre o que lhe apetece.

Qual é o segredo do Benfica? São os benfiquistas. São do Benfica como são filhos de quem são. Ninguém "escolhe" o Benfica, como ninguém escolhe a Mãe ou o Pai. Em geral, aliás, os benfiquistas odeiam o Benfica e lamentam-no no estádio e em casa, mas pertencem- lhe. Quanto mais pertencemos a uma entidade superior, seja a Família, a Pátria, Deus - ou o Benfica, mais direito, temos de criticá-la e blasfesmá-la. Não há alternativa.

Em contrapartida, os sportinguistas e portistas parecem genuinamente convencidos que apoiam as equipas deles porque são as mais dignas ou as melhores.

Desgraçados! Se fossem coerentes, seriam todos adeptos do REAL MADRID, AC MILAN, etc, etc. No Benfica, não se exige qualquer lealdade. Só se pede, em relação aos adeptos de outros clubes, caridade e comiseração. O Sporting, por exemplo, tem a mania e a pretensão de ser "rival" do Benfica, um pouco como o PSN se julga crítico parlamentar do PSD. Mas, se se tirasse o Benfica ao Sporting, o Sporting deixaria de existir. O Benfica é um grande clube porque tem história e talento suficientes para não dar importância aos resultados.

Tem uma tradição de nonchalance" e de pura indiferença que não tem igual nos grandes clubes europeus. O Benfica não joga - digna-se jogar.

Não joga para vencer - vence por jogar.

Odeio futebol. Mas amo o Benfica. As opiniões de quem gosta de futebol são suspeitas. Claro que os sábios são do Benfica. Mas a força deste grande clube está nos milhões que são benfiquistas apesar do Benfica, apesar do futebol, e apesar deles próprios. Em contrapartida, aposto que a totalidade de pessoas que são do Sporting ou do Porto, por infortúnio pessoal ou deficiência psicológica, são sócios. A força do Benfica, meus amigos, está em quem não paga as quotas, que não vai a jogos, quem não sabe o nome dos avançados - isto é, no resto do mundo. O Benfica, é o Benfica. E o que tem de ser - e é- tem muita força.

Miguel Esteves Cardoso

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

OS TRÊS ÚLTIMOS DESEJOS DE ALEXANDRE, O GRANDE

Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos:

1 - que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2 - que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...); e
3 - que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões. Alexandre explicou:

1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Brad Mehldau

Poinciana-Ahmad Jamal Trio

Ahmad Jamal on piano
Idris Muhammad on drums
James Cammack on bass.

Performing in 2005.

Bob Baldwin - Everybody's Beautiful

Bob Baldwin is a New York-born contemporary jazz musician and producer.
Born December 9, 1960, Mount Vernon, NY
Bob is an American music composer, pianist, record producer, musical arranger, Pianist and compose, who learned how to play directly from his father, Robert (Bob) Baldwin, Sr. During three decades in the entertainment industry, Baldwin has humbly earned two SESAC Music awards for his 2002-2003 airplay of "the Way She Looked At Me" as well as his 2008 airplay on "NewUrbanJazz.com", 1 Grammy Award nomination (2000), and the Sony Innovators Award in 1989 selected by Roberta Flack.
In 1986, Baldwin opened up for Trumpeter Tom Browne at NY's Bottom Line and began to work with Browne on his disc "No Longer I", one of the first recorded Gospel-Jazz albums in 1987. His work caught the ear of Danny Weiss and Dave Wilkes, and they produced Baldwin's first disc, "I've Got a Long Way To Go" on Malaco records in 1988. The project was submitted to the Sony Innovators Award in 1989 and won first place over the group Straight Ahead. Roberta Flack was the finalist judge.
That award caught the attention of Sylvia Rhone, and he the produced 2 discs for Atlantic Jazz in 1990 and 1992 ("Rejoice" and "Reflections of Love"). "Reflections" charted top-20 on the Billboard Contemporary Jazz Charts.
With over 14 discs released to date, his 14th and latest tributes a great artist ("Never Can Say Goodbye", a Tribute to Michael Jackson"). His latest debuted top 20 on the Billboard Contemporary Jazz Chart. Prior to launching his music career, Baldwin's radio exploits began in 1979, when he spun records for his college station, WGEV (Geneva College/Beaver Falls, Pa.), and secured an internship at Inner City Broadcasting (WLIB/WBLS) where he learned news reporting under the tutelage of Pat Prescott. In 1984, he briefly covered the Jesse Jackson Presidential run for WVIP in Mt. Kisco, as well as WJSJ in Jacksonville, KJAZ in Bermuda, and WCLK and WJZZ in Atlanta, Baldwin launched his program, "The NewUrbanJazz Lounge" in 2008.
(Written by the staff of [City Sketches, Inc.]
In the momentous Jazz of the City Atlanta portrait (taken in April 2007), Baldwin stands tall—at the height of the stairs of the Atlanta City Hall Atrium—with over 100 fellow jazz musicians surrounding Mayor Shirley Franklin.





quarta-feira, 24 de março de 2010

PROCURO T3 - ARRENDAMENTO


PROCURO T3 – ARRENDAMENTO
ZONAS PREFERENCIAIS:
BAIXA-CHIADO-PRINCIPE REAL-ST.CATARINA-EXPO-SANTOS
T3; SEM MOBILIA; SALA COM 35m2; 2 CASAS DE BANHO; COZINHA EQUIPADA(PREFERENCIALMENTE); ATÉ 1400€
CONTACTAR PARA E-MAIL: arrendart3@gmail.com


Ah pois é!!!

Procuro e não encontro...
Procuro à cerca de 4 meses mas não está fácil.
Ok...se calhar sou muito exigente...e depois???


A verdade é que já vi de tudo um pouco e já falei com os mais variados "profissionais" do sector.

"Profissionais" entre aspas porquê???
Porque, se há uns que o são...atenciosos, com preocupação de encontrar o imovel mais adequado ao solicitado, conhecimentos dos imoveis, etc, etc, etc...outros há que nem conhecem o que vão mostrar.
Ok...no problem...mas pelo menos, não digam baboseiras. Por mim, prefiro que fiquem calados ou digam o trivial (até podem falar do tempo que não me importo).

Depois, outra coisa interessante é que...os preços são sempre negociáveis...
Nem preciso de perguntar porque o profissional imobiliário põe-me sempre à vontade.
Mas então porque é que se põe um preço sabendo que é para baixar???

Por isto, passei a procurar apartamentos com valores acima do que pretendo porque...quase tudo é negociavel!
Enfim...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

CHOVE


Continua a chover...muito!
Subiu a temperatura!
Do mal...o pior...

Cá por mim prefiro o frio à chuva.

Com um bom casaco, camisola de lã, bom agasalho e fico pronto para enfrentar o frio!

Agora, a chuva!!!

Fico húmido, molhado e poior se "puxada" a vento...é do pior!!!

Ok, eu sei, a chuva faz falta e essas coisas todas mas, não podia chover só lá nos campos e onde ela é preciosa???

Bom, paciência...cá vou andando de gabardine e guarda-chuva, tentando passar entre as pingas.