segunda-feira, 24 de março de 2008

PÁSCOA


Não é que a minha família seja religiosa mas, nesta época, tínhamos um ritual.

Neste dia de Páscoa, a Família, eu a mana e os pais, juntávamos-nos pela manhã em casa dos meus avós, que, vestidos a rigor (lembro a pele de raposa que a minha avó usava para se tapar do frio no pescoço) já nos esperavam.

Depois de todas as festas, beijos e risos de contentamento, lá íamos todos, os seis, dentro daquele grande Volvo do meu Avô, a caminho Sintra.

Aí, largado o carro, seguíamos naquele eléctrico que nos levava até à praia das Maçãs onde almoçávamos, invariavelmente, no restaurante habitual e onde éramos tratados como se fôssemos lá todos os dias.

Depois do longo almoço a que eu e a mana já não assistíamos ao final porque já corríamos pelo areal, dávamos uma volta pela localidade, comprávamos sempre alguma recordação e finalmente sentávamos-nos no eléctrico para a viagem de regresso.

Depois a viagem no Volvo até Lisboa e regresso a casa a morder umas amêndoas de cacau que a Avó sempre tinha para nos dar ao fim do dia.

Por fim um sono calmo pelo cansaço do dia e a esperança de voltar a festejar a Páscoa no ano seguinte.

john mayer - room for squares


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