Quase meia noite.
À volta com os meus caixotes (mudanças, mudanças,mudanças...) vou embalando uns quadros...Familia de artistas...quando espreito pela janela, do alto do 3º andar, algures em Lisboa.
No passeio do lado de lá da rua vai passando uma sehora, provavelmente saida do metro, que caminha devagar, se calhar já a pensar numa noite de descanso.
Lá mais atrás vem um sujeito em calções, com uma t-shirt cor de laranja, a correr desajeitadamente.
Penso que há gajos muito taralhocos e com uma grande falta de imaginação para se dedicarem a fazer exercicio a esta hora da noite e, aida por cima, sem jeito nenhum!
Fico ali a olhar aquelas figuras na noite!
O sujeito vai-se aproximando da senhora, todo desengonçado. A alguns metro dela faz "aquele" gesto com o corpo que as crinaças fazem quando vão pregar uma partida!!!
...E eis que quando chega ao pé da senhora...puxa-lhe a mala...sem grande connvicção, diga-se.
Os meus olhos esbugalham-se!!!
A senhora não larga a mala e vira-se.
Ficam os dois frente a frente e a segurarem a mala.
É uma cena estranha!!!
Falam qualquer coisa e ele larga a mala. Ela abre-a e tira de lá a carteira.
Ele espera!!!???
Presumo que ela lhe tenha pedido para ele não lhe fazer mal que ela dá-lhe dinheiro...e ele deve ter acedido.
Refeito desta cena "sui generis", ou talvez não...abro a janela e cá de cima grito:
- "ENTÃO!? O QÉ QÉ ISSO!!!???"
No meio do silêncio da noite aquilo suou como um vozeirão e os dois, espantados, olham à volta!!!
Ele, instintivamente, começa a fastar-se da senhora e, sempre olhando à volta, começa a fugir naquela sua corrida desajeitada.
A senhora olha para cima, vê-me e diz:
- "Obrigada, obrigada..."
...e começa a andar em sentido contrário ao do amador e desajeitado assaltante. Vai andando cada vez mais rápido até desatar a correr o mais depressa que as pernas conseguem.................
Eu...fecho a janela e penso que já chega de caixotes de mudanças.
Tomo um duche e deito-me!
...
...
Toda a noite sonho que sou o BATZÉ nas minhas aventuras contra o mal, do alto do meu 3º andar.
De manhã acordo e entro nas minhas rotinas. Um pensamento me assalta...
...Será que os Super Heróis também têm de fazer a barba e essas coisa todas as manhãs???
quarta-feira, 25 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
RSI - RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO.
PROGRAMA NA RTP1 QUE NÃO PRETENDIA SER UM STANDUP COMEDY...TRISTE.
Pergunta a um beneficiário de, para aí, 23 anos:
Repórter:
- E já procurou emprego?
Beneficiário:
- Por acaso não!
........................................
Um jovem,mais ou menos da mesma idade:
Beneficiário:
- Se deixar de ter (RSI) terei de procurar outra coisa.
Repórter:- O quê, por exemplo?
Beneficiário:
- Um trabalho ou qualquer coisa do género.
Pergunta a um beneficiário de, para aí, 23 anos:
Repórter:
- E já procurou emprego?
Beneficiário:
- Por acaso não!
........................................
Um jovem,mais ou menos da mesma idade:
Beneficiário:
- Se deixar de ter (RSI) terei de procurar outra coisa.
Repórter:- O quê, por exemplo?
Beneficiário:
- Um trabalho ou qualquer coisa do género.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
BOM DIA...
Desci as escadas de 3 em 3, a olhar desconfiado para o elevador que está em "bloqueio".
Andei apressado para o carro que afinal estava do outro lado, uma cagadela de pássaro enfeita o vidro.
1ª e aí vou eu!
Primeiro sinal a verde, segundo em amarelo tinto, curva recambolesca à esquerda (sai daí ó tótó!!!) passo debaixo do aqueduto, subo a A5, desço a A5,subo a A5,saio da A5...
...A5,A5,A5...
olha, aquele conhece-me...apitou!
Entro no parque de estancionamento, BOM DIA!
Estanciono!!!
Já tou cansado!
Andei apressado para o carro que afinal estava do outro lado, uma cagadela de pássaro enfeita o vidro.
1ª e aí vou eu!
Primeiro sinal a verde, segundo em amarelo tinto, curva recambolesca à esquerda (sai daí ó tótó!!!) passo debaixo do aqueduto, subo a A5, desço a A5,subo a A5,saio da A5...
...A5,A5,A5...
olha, aquele conhece-me...apitou!
Entro no parque de estancionamento, BOM DIA!
Estanciono!!!
Já tou cansado!
Raios...tanto trabalho logo pela manhã!!!
domingo, 27 de março de 2011
MUSICA, DIVINA MUSICA!!!
Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar pra si mesmo, empiricamente, a teoria de que não existem animais selvagens. Que os animais são tão ou mais sensíveis do que os seres humanos. E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada.
Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula. Os macacões quase que não pestanejaram. Se moveram devagarinho, fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som.
O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões. Os leões, também hipnotizados, foram saindo, pé ante pé, com o respeito que só têm os grandes aficionados da música. E assim a flauta continuou soando no meio da noite, mágica e sedutora, enquanto o gênio ia abrindo jaula após jaula e os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra.
Uma lua enorme, de prata e ouro, iluminava os jacarés, elefantes, cobras, onças, tudo quanto é animal de Deus ali reunido, envolvidos na sinfonia improvisada no meio das árvores. Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula do último animal - um tigre.
Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele, engolindo músico e música - e flauta doce de quebra. Os bichos todos deram um oh! de consternação. A onça, chocada, exprimiu o espanto e a revolta de todos:
- Mas, tigre, era um músico estupendo, uma música sublime! Por que você fez isso? E o tigre, colocando as patas em concha nas orelhas, perguntou:
- Ahn? O quê, o quê? Fala mais alto, pô!
MORAL: OS ANIMAIS TAMBÉM TÊM DEFICIÊNCIAS HUMANAS.
Millor Fernandes
Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula. Os macacões quase que não pestanejaram. Se moveram devagarinho, fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som.
O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões. Os leões, também hipnotizados, foram saindo, pé ante pé, com o respeito que só têm os grandes aficionados da música. E assim a flauta continuou soando no meio da noite, mágica e sedutora, enquanto o gênio ia abrindo jaula após jaula e os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra.
Uma lua enorme, de prata e ouro, iluminava os jacarés, elefantes, cobras, onças, tudo quanto é animal de Deus ali reunido, envolvidos na sinfonia improvisada no meio das árvores. Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula do último animal - um tigre.
Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele, engolindo músico e música - e flauta doce de quebra. Os bichos todos deram um oh! de consternação. A onça, chocada, exprimiu o espanto e a revolta de todos:
- Mas, tigre, era um músico estupendo, uma música sublime! Por que você fez isso? E o tigre, colocando as patas em concha nas orelhas, perguntou:
- Ahn? O quê, o quê? Fala mais alto, pô!
MORAL: OS ANIMAIS TAMBÉM TÊM DEFICIÊNCIAS HUMANAS.
Millor Fernandes
sábado, 26 de março de 2011
MOMENTO DE REFLEXÃO
Nas horas graves, os olhos ficam cegos; é preciso, então, enxergar com o coração.
Antoine de Saint-Exupery
O OLEIRO E O POETA
Há muito tempo, na cidade de Zahlé, ocorreu uma rixa entre um jovem poeta, de nome Fauzi, e um oleiro, chamado Nagib.
Para evitar que o tumulto se agravasse, eles foram levados à presença do juiz do lugarejo.
O juiz, homem íntegro e bondoso, interrogou primeiramente o oleiro, que parecia muito exaltado.
"Disseram-me que você foi agredido? Isso é verdade?"
"Sim, senhor juiz." - confirmou o oleiro - "fui agredido em minha própria casa por este poeta. Eu estava, como de costume, trabalhando em minha oficina, quando ouvi um ruído e a seguir um baque.
Quando fui à janela pude constatar que o poeta Fauzi havia atirado com violência uma pedra, que partiu um dos vasos que estava a secar perto da porta.
Exijo uma indenização!" - gritava o oleiro.
O juiz voltou-se para o poeta e perguntou-lhe serenamente: "Como justifica o seu estranho proceder?"
"Senhor juiz, o caso é simples." - disse o poeta.
"Há três dias eu passava pela frente da casa do oleiro Nagib, quando percebi que ele declamava um dos meus poemas. Notei com tristeza que os versos estavam errados. Meus poemas eram mutilados pelo oleiro.
Aproximei-me dele e ensinei-lhe a declamá-los da forma certa, o que ele fez sem grande dificuldade.
No dia seguinte, passei pelo mesmo lugar e ouvi novamente o oleiro a repetir os mesmos versos de forma errada.
Cheio de paciência tornei a ensinar-lhe a maneira correta e pedi-lhe que não tornasse a deturpá-los.
Hoje, finalmente, eu regressava do trabalho quando, ao passar diante da casa do oleiro, percebi que ele declamava minha poesia estropiando as rimas e mutilando vergonhosamente os versos.
Não me contive. Apanhei uma pedra e parti com ela um de seus vasos.
Como vê, meu comportamento nada mais é do que uma represália pela conduta do oleiro."
Ao ouvir as alegações do poeta, o juiz dirigiu-se ao oleiro e declarou: "que esse caso, Nagib, sirva de lição para o futuro. Procure respeitar as obras alheias a fim de que os outros artistas respeitem as suas.
Se você equivocadamente julgava-se no direito de quebrar o verso do poeta, achou-se também o poeta egoisticamente no direito de quebrar o seu vaso."
E a sentença foi a seguinte: "determino que o oleiro Nagib fabrique um novo vaso de linhas perfeitas e cores harmoniosas, no qual o poeta Fauzi escreverá um de seus lindos versos. Esse vaso será vendido em leilão e a importância obtida pela venda deverá ser dividida em partes iguais entre ambos."
A notícia sobre a forma inesperada como o sábio juiz resolveu a disputa espalhou-se rapidamente.
Foram vendidos muitos vasos feitos por Nagib adornados com os versos do poeta. Em pouco tempo Nagib e Fauzi prosperaram muito. Tornaram-se amigos e cada qual passou a respeitar e a admirar o trabalho do outro.
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